quarta-feira, 11 de abril de 2018

Day #1 - O Landing

Atenção: texto não revisado. Ignore eventuais erros! Tou exausta x 1000000.

Meu plano Canadá começou em Fevereiro de 2017 e concretizou-sena data de hoje: 11 de Abril de 2018.

Depois de 1 ano e 2 meses de coleta de documento, de tradução juramentada, de trocas de e-mails infinitas com a consultoria, hoje tenho a sensação de que encerrei em grande estilo um ciclo importantíssimo da minha vida.

Apesar de eu ter feito o chamado "soft landing", pois ainda não me mudei em definitivo, estou orgulhosa de ter iniciado um projeto e ter conseguido levá-lo sem nenhum contratempo até o final. 

Sei que é um marco temporal bastante pessoal, mas o meu landing começou em Novembro do ano passado. O meu passaporte tinha sido pedido, e se minha memória não falha, eu já o tinha enviado. A partir dali, teria que passivamente esperar que o passaporte voltasse.

Como sou (muito) (muito mesmo) ansiosa (e impulsiva), e a contragosto da minha consultoria, decidi comprar às cegas a minha passagem dias após o envio. Eu precisava daquela adrenalina de comprar a passagem sem estar com o passaporte em mãos, pois tenho esse quê de maluquice com algumas coisas.

Marquei minhas férias pra Abril deste ano e comecei a busca pelas passagens mais em conta e não-tão-torturantes.

Minha viagem iniciou na sexta-feira (06 de Abril), quando deixei minha cidade natal para visitar alguns amigos em São Paulo. De Guarulhos, seguiria para Vancouver, sem não antes parar em Atlanta e em Toronto.

Minha passagem para Atlanta estava marcada para as 21h25. Paranoica que sou, decidi seguir pra o aeroporto às 16h00, pois tive medo de São Paulo me surpreender com algum trânsito fora do normal. Minha paranoia colheu bons frutos, pois meu Uber demorou quase 2h para chegar no aeroporto de Guarulhos!

Lá chegando, me dirigi à Delta, onde consegui fazer o check-in e imprimir todas as passagens com muita facilidade. Depois disso, fiz um almoço rápido e logo segui pra área do embarque internacional.

Esperei um tempo razoável por lá e, como eu imaginava, o voo estava lotado. Uma fila gigantesca se formou, e foi aquela bagunça pra finalmente sentar no meu lugar. Fiquei com um pouco de receio que minha bagagem de mão com todos os meus documentos ficasse longe de mim, mas por sorte consegui que ela ficasse logo acima da minha cabeça.

Falando em minha cabeça, eu não sei QUE DIABOS EU PENSEI pra ter marcado todos os meus assentos na janela. Sério, não façam isso. Fiquei naquelas fileiras que são só de duas pessoas, e meu parceiro de fileira foi um senhorzinho rico que carinhosamente (e mentalmente) apelidei de Michel Temer. Gente, esse homem apagou, e eu fiquei num dilema moral por umas 4 horas se eu devia ou não acordá-lo pra fazer xixi. Ele dormiu de tal forma que invadiu um pouco a minha cadeira, e eu não consegui achar posição nenhuma que me fizesse dormir. Fiquei vendo filmes e seriados pela metade, naquele semi-cochilo horroroso, e quando o pobre do Michel abriu os olhos por 0,008 segundo, eu lancei um OI BOA NOITE SENHOR O SENHOR PODERIA SE AFASTAR UM POUQUINHO PRA EU PODER IR AO BANHEIRO POR FAVOR OBRIGADA SENHOR (eu estava desesperada). Depois disso, não ingeri mais nenhum líquido até pisar em território americano.

O voo correu super bem. Ao contrário do voo até São Paulo (verdadeiro apocalipse dos tremores aéreos), o voo até Atlanta não poderia ter sido melhor. Zero turbulência, comida dentro do aceitável para um avião, frio tolerável, seleção de filmes boa (valeu, Delta), e por aí vai. Até acabei conversando com Michel já perto de chegar no nosso destino e deu que, diferente do Michel Temer original, ele era um senhorzinho adorável e gentil (e com muita facilidade pra dormir por longas horas em aviões).

Minha chegada em Atlanta foi também a primeira vez que pisei em solo americano. Meu voo chegou super cedo (em torno de 6 horas da manhã), e depois de tanta propaganda negativa sobre como a imigração americana funciona, me preparei para o pior. No entanto, me deparei com vários agentes sorridentes e simpáticos, sendo que a exceção era um ou outro fazer uma cara mais feia.

Na sessão de imigração americana, eu inicialmente preenchi um formulário numa maquininha, o qual faz perguntas tipo se você está carregando armas, coisas pra  vender, coisas de origem animal etc. No meu caso, todas as respostas foram negativas. Além disso, você tem que cadastrar suas digitais e tirar uma foto nessa mesma máquina.

Em seguida, vem aquela fila quilométrica pra ser atendido nas cabines. A surpresa boa foi que a fila andou rápido, de certa forma, e que o oficial que me recebeu na cabine foi super sucinto. Com a cara bem fechada, ele me perguntou uma coisa que eu não ouvi (pois meus ouvidos ficaram TOTALMENTE SURDOS com a descida do avião) (pra completar, tou mega gripada e já estava meio surda). Ele fechou a cara um pouco mais, e perguntou pra onde eu estava indo. Disse que tava indo pro Canadá, mostrei as passagens. Ele olhou, confirmou minhas digitais e me liberou.

Veio então a parte que me deixava mais tensa, que era a questão da revista pessoal. Não por nada, mas eu sou o tipo de pessoa que sempre ficar super agoniada até mesmo quando a catraca do Banco do Brasil não me deixa entrar - imagine na fronteira americana.

Tirei meus sapatos, tirei o iPad da bolsa, coloquei tudo lá naquela esteira assustadora - e deu tudo certo. Quando passei no raio x deles, também fui rapidamente liberada. A policial que estava fazendo revista "íntima" me liberou, e depois disso tirei 1000 kg das costas.

O aeroporto de Atlanta é gigante, e eu na minha felicidade pós imigração entendi que o meu portão era E13, e não E7. Rodei, rodei, rodei e nada de achar o E13. Decidi pedir informações pra uma mocinha simpática, e ela me disse que não existia portão E13 (APESAR DE EXISTIR O E14!). Meu cérebro exausto da noite em claro me fez acreditar por meio segundo que eu teria que embarcar a la Harry Potter, me jogando com confiança em uma daquelas pilastras. Passado o devaneio, a mocinha conferiu que o meu portão era esse E7 sem graça, com portas normais e provavelmente sem corujas.

No pouco tempo de espera que tive no aeroporto de Atlanta, decidi que era hora de gastar sabiamente os poucos dólares americanos que eu trouxe: comprei um chaveiro quase-bonito-quase-feio de um urso dizendo I LOVE ATLANTA e um ímã de geladeira bem brega. 

Fiquei sentada congelando de frio por alguns 15 minutos e finalmente formou-se a fila do embarque pra Toronto. Nessas horas, eu nunca sei o que apresentar: o passaporte? O visto americano? O visto de imigrante do Canadá? Arrisquei na página do passaporte brasileiro e deu tudo certo! Sério, aeroportos sempre são um mistério pra mim. Mas tou aqui, vivona e quase 100% recuperada de não ter feito o embarque pela parede (com Hagrid como fiscal de imigração).

O voo pra Toronto também foi super estável. Sério, tou com a impressão que gastei toda a sorte da minha vida nesses voos sem uma turbulência de respeito. Pensei que eu ia finalmente conseguir descansar um pouco, mas a ansiedade com o landing me pegou em cheio. Eu sabia que já tinha lido todos os depoimentos de todos os blogs, de todos os sites do governo, mas naquela hora eu só consegui sentir um branco. Eu não sabia mais por onde começar.

Ao desembarcar, decidi seguir o fluxo apressado das pessoas que tinham cara de que sabiam o que estavam fazendo. Mais uma vez me deparei com um monte de máquinas, no mesmo estilo da imigração americana, onde você mesmo faz o seu atendimento. O menu oferece a opção em português, e as perguntas são facilmente respondidas. Além disso, uma dada hora você pode marcar expressamente que você está imigrando.

Após a impressão de um ticket, eu passei por uma cabine que basicamente conferiu as informações do meu passaporte com esse ticket, e me perguntou se eu estava esperando alguma mala extra (além da despachada)/alguns bens eventualmente despachados. Eu disse que não, que eu só tinha a mala de mão e a mala despachada, e ela então me encaminhou pra o setor de imigração.

Peguei uma mini fila, e nesse meio tempo, tentei olhar pra todos os oficiais da imigração e escolher meu favorito e o meu preterido, tendo como critérios a cara de simpático, da quantidade de sorrisos, e coisas do tipo. Obviamente eu fui chamada pelo de semblante mais sério e aparentemente mal humorado.

Foi tudo bem rápido, bem tranquilo, mas deu um feeling de primeiro encontro ruim. Ele pegou meu passaporte e meu COPR, e começou a conferir os dados. Depois ele me perguntou quanto eu tinha levado em dinheiro, e eu falei que estava com X e espécie e que tinha Y na minha conta.  Ele ficou com uma cara um pouco perdida, em que pese o valor da conta já ser superior ao necessário pra fins do Express Entry. Aí foi que eu notei que ele estava esquecido qual era a moeda do brasil, e eu tive que soletrar R E A L, esperar ele pesquisar na internet a cotação, esperar ele fazer a conversão, e aí então ele sossegou e pediu pra eu guardar todos os documentos.

Ele fez um comentáriozinho meio sem graça e irônico perguntando se eu pretendia casar assim que chegasse no Canadá, porque "muita gente estava fazendo isso". Dei uma risadinha sem graça e desconversei, explicando rapidamente que não era a minha intenção. Achei bem desnecessário, logo depois ele já comentou coisa boba e disse que eu poderia fazer o SIN ali mesmo no aeroporto de Toronto.

Como eu ainda tinha algum tempinho antes do embarque pra Vancouver, decidi encarar mais essa aventura. Deu que foi super tranquilo, e todas as pessoas que trabalhavam nesse setor foram incrivelmente receptivas e educadas. As meninas que me atenderam inclusive se apressaram bastante pra fazer, pois eu tinha uma conexão e ainda não tinha pegado minha mala. E tan dan! Landing concluído com sucesso!

Foi tudo tão corrido que ainda não tive a oportunidade de digerir esse dia cheio de coisa. Inclusive, escrevi esse post inteiro dentro do avião pra Vancouver - que fica a nada mais, nada menos que CINCO HORAS de Toronto. Sério, hoje eu tive o gostinho de sentir na pele o que todo mundo fala: Vancouver é longe pra c&@-/):@&-/!. De verdade.

Desembarcarei às 16h00 (horário de Vancouver). Hoje devo apenas ir pra casa da minha irmã e do meu cunhado, comer uma coisinha em Downtown, e desmaiar como se não houvesse amanhã. Se eu não estou enganada, parece que minha irmã marcou um passeio pro vale das tulipas pra amanhã mesmo :) let's see!

PS: AAAHHH VIREI RESIDENTE FINALMENTE AHHH AI MEU DEUS, AI MEU DEUS, AI MEU DEUS!







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